Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Anna Ferrer
Anna Ferrer tomou-nos de assalto no final do ano passado com um álbum que se enquadra com uma reformulação de diferentes variantes da música folclore espanhola que tem acontecido com uma geração de novos artistas. A partir de Menorca Anna Ferrer trabalha em Parenòstic ideias de folclore local. Não é só uma questão de som, mas de tradição, de hábitos, de imaginário. Até de língua. Esta reformulação, seja de Ferrer, como contemporâneas suas como Tarta Relena e, noutro nível, Marina Herlop (que já nos visitaram em tempos recentes), tem um grande sustento académico e parte para uma nova existência que não é ocasional, mas sustentada por ideias do novo e de como recriar um novo folclore que não imita nem limita o velho.
A voz de Anna Ferrer é primordial na sua música. Os teclados e guitarra existem para criar um manto sonoro, mas a sensação primária desta música é a voz. Os instrumentais são esqueléticos, uma espécie de orientação básica para o que se ergue não existe num vazio. A voz ocupa, portanto, o espaço, ouve-se até quando Anna Ferrer não canta, como um eco. Essa é, talvez, a grande diferença de Ferrer para com outros exemplos dentro da mesma linha, vindos de Espanha e não só, ela procura uma ligação mais terrena, gutural com a ideia de folclore.
Ouvida assim, hoje, esta ideia de tradicional, folclore, está mais ligada às origens/raízes do que pode ser sugerido. Isto é, Anna Ferrer sente-se como mais terrena do que a sua contemporaneidade, como se ao explorar o passado, a tradição, percebesse que não há outra saída possível senão explorar a profundidade mais rara desse som. Nas canções que lhe conhecemos, Ana Ferrer desvenda o gutural da terra, o peso dos segredos do passado através de uma voz que se ouve e ecoa por esses sons da terra. Menorca é o ponto de origem, o destino é o mundo. E isso passa agora por Lisboa. AS
Este concerto tem o apoio da Embaixada de Espanha em Lisboa.
Abertura de Portas
21:00
Preços