Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Bloom
Podemos chamar camelão a JP Simões? Não no sentido David Bowie da coisa, mas puxando pela forma como encontra uma nova pele em cada novo momento da sua vida artística musical. Há ligações óbvias entre o que faz agora e quando o conhecemos com os Belle Chase Hotel, no final dos 1990s. Um humor ligeiro que existe na escrita, e que não corrói, misturado com uma facilidade com as palavras. A voz do próprio e a leveza da música em sua volta também não parece ter mudado, seja qual for a pele que JP Simões.
Bloom é a força corrente desse poder camaleónico. Na última década editou três álbuns, todos eles diferentes, entre o folk, blues, indie rock e até um pouco de glam. “Do Not Disturb”, o mais recente, editado em dezembro de 2025, toca com Pedro Pinto (contrabaixo) e há uma tendência natural para se pensar mais em jazz. Está lá, sim, mas é também uma belíssima orientação entre todas as outras canções que existiram antes e uma vontade, no presente, de as encaixar. A voz de JP Simões encontra, claro, o seu lugar. Ele é camaleónico, a voz não: descontraída, elegante, quente quando quer ou, melhor, precisa.
Apesar disso, a voz é a constância quando a pele muda, o porto seguro de que, apesar de quase tudo parecer mudar, ainda á JP Simões. Sente-se isso também ao longo do disco, as diferenças estéticas entre “If I Was Someone Lovely” e “Underwater Conversation” são imensas, a voz de JP Simões mostra-se como aquele pilar que sustenta a lógica de Bloom. Um projecto camaleónico de um camaleão, no fundo, JP Simões a ser JP Simões. Imprevisível em quase tudo. Excepto na escrita belas canções. Elas estão sempre lá.
AS
Abertura de Portas
20:00
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